Sinopse: Lançado em 1963, o filme é um retrato genial da miséria que assola o povo do sertão nordestino. Além disso, é uma das melhores adaptações já feitas de uma obra literária para o cinema. Grande especialidade de Pereira dos Santos, que além da obra prima de Graciliano Ramos, também adaptou para as telas, entre outros, Memórias do Cárcere, do mesmo autor, Tenda dos Milagres e Jubiabá, de Jorge Amado e O Alienista, de Machado de Assis, que ganhou o título Um Asilo Muito Louco. Com uma influência marcante do neo-realismo italiano e a autoridade de quem é um dos pais do cinema novo, o advogado que virou cineasta, Nélson Pereira dos Santos, traduz em Vidas Secas o meio ambiente do verdadeiro herói brasileiro, vítima da violência do descaso, da má administração pública e da fome. O romance é de 1938; o filme de 1963... A situação é de 1980, 1990, 2000... quem sabe até quando? A cadela Baleia é primeiro personagem a surgir na tela, no primeiro grande plano do agreste nordestino. Depois aparecem Fabiano (Átila Iório), Sinhá Vitória (Maria Ribeiro), o fazendeiro (Jofre Soares) e o famigerado soldado amarelo (Orlando Macedo). Fabiano reage o tempo todo ao triste destino de sua família, que tenta em vão procurar uma vida melhor. Uma reação calada, com uma interpretação perfeita de Átila Iório. Elenco. Átila Iório (Fabiano) Maria Ribeiro (Sinhá Vitória) Orlando Macedo (Soldado Amarelo) Jofre Soares (Fazendeiro) Gilvan Lima (Gilvan) Genivaldo Lima (Genivaldo) Premiações. - Prêmio do OCIC e prêmio dos Cinemas de Arte em Cannes, 1964. - Melhor Filme na Resenha de Cinema de Gênova, 1965. Curiosidades: - Baseado no livro homônimo de Graciliano Ramos. - Único filme brasileiro a ser indicado pelo British Film Institute, em junho último, como uma das 360 obras fundamentais em uma cinemateca. Crítica (Beatriz Costa). Vidas Secas é um filme síntese do cinema novo. Nele estão as preocupações sociais, desta vez em ambiente rural. O filme tem um alto grau de refinamento cinematográfico, além da fotografia "estourada", de Luiz Carlos Barreto e José Rosa, de destaque. Através dela Nelson consegue passar ao expectador toda dureza da terra e do clima do nordeste brasileiro. Foi muito premiado em festivais internacionais: prêmio do OCIC e prêmio dos Cinemas de Arte em Cannes em 1964; Melhor Filme na Resenha de Cinema de Gênova em 1965. Nelson Pereira dos Santos mostra uma influência muito forte do neo-realismo italiano. É especialista em adaptar obras literárias para o cinema. Além da obra prima de Graciliano Ramos, também adaptou para as telas Memórias do Cárcere (do mesmo autor), Tenda dos Milagres e Jubiabá, de Jorge Amado e O Alienista, de Machado de Assis, sob o título de Um Azyllo Muito Louco. Nelson Pereira dos Santos é um dos diretores mais inovadores da história do cinema brasileiro. Ainda vivo e em produção, é um personagem fundamental para a compreensão de nossa cinematografia.